A flexibilização permanente do horário de transmissão do programa “A Voz do Brasil” é uma antiga bandeira das emissoras de rádio, capitaneadas pela ABERT.
Com a escolha dos novos presidentes e mesas diretoras da Câmara e do Senado, na próxima quinta-feira (2), os radiodifusores esperam que os parlamentares deem prioridade à votação do Projeto de Lei 595/2003, que prevê a veiculação do noticiário pelas emissoras de rádio entre 19h e 22h. O projeto chegou a entrar na pauta de votação da Câmara dos Deputados em 2016, mas teve todas as tentativas de votação frustradas.
De acordo com o projeto, o programa poderá ser transmitido em horários alternativos pelas emissoras comerciais e comunitárias. Para as emissoras educativas, a transmissão será mantida às 19h. Desde 1935, quando foi criada no governo Getúlio Vargas, A Voz do Brasil é transmitida às 19h (horário de Brasília), com duração de uma hora.
Segundo o diretor geral da ABERT, Luis Roberto Antonik, a coincidência de horários entre eventos esportivos importantes e a Voz do Brasil é prejudicial para a audiência da emissora, inviabilizando comercialmente centenas de rádios que transmitem os jogos de futebol por todo o Brasil.
“No horário atual, A Voz do Brasil interrompe um dos maiores entretenimentos do brasileiro, as partidas de futebol. Estamos privando as pessoas de acompanharem o futebol, o noticiário ou o seu programa favorito, pela insistência de alguns parlamentares em dizer que o programa será encerrado, quando as emissoras de rádios pedem uma flexibilização de apenas 3 horas. Os radiodifusores estão se mobilizando, pois querem flexibilizar o horário para aumentar as possibilidades dos ouvintes e, como consequência, melhorar a audiência”, complementa.
Para a ABERT, a falta de acordo entre as lideranças políticas do Congresso provoca prejuízos para ouvintes e emissoras.
“É uma perda indiscutível para os ouvintes e para as próprias rádios, que sofrem com prejuízos comerciais. Nesse horário de pico, as pessoas querem ouvir informações sobre o trânsito, prestação de serviços, e até mesmo uma boa música para minimizar o estresse do trânsito nos grandes centros. A obrigatoriedade da transmissão da Voz do Brasil sempre foi uma decisão política e dos políticos, que contraria a realidade e os interesses das grandes cidades brasileiras”, afirma Antonik.
Fonte: Abert
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