Os narradores Fausto Cesar (Capital) e seu pai Nilson César (Jovem Pan) |
Ir à cabine de imprensa do Pacaembu na noite dessa quarta-feira, 27, teve sensação diferente para o locutor esportivo da Rádio Capital, Fausto Cesar. Para ele, acompanhar o jogo do Corinthians contra o Milionários (Colômbia), que contou com apenas quatro torcedores que conseguiram o direito de ir ao estádio por meio de liminar judicial, foi como comandar uma jornada esportiva “off tube”, termo para transmissões produzidas nos estúdios das emissoras, devido a falta de “vibração”.
“Foi uma transmissão muito semelhante ao off-tube. Quando estamos no estádio, a vibração que vem da torcida é algo que faz com que a gente seja levado pela emoção e isso foi o que mais fez falta”, conta Fausto, ao comentar que a partida mais pareceu um “ensaio” do que um jogo oficial válido pela Taça Libertadores, competição em que o time brasileiro terá de jogar sem a presença de seus torcedores, conforme punição imposta pela Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol).
Além dos torcedores, o narrador da Rádio Capital afirma que, por pouco, a imprensa não ficou de fora do estádio. Na terça, o Corinthians publicou nota no site oficial do clube dando a entender que os jornalistas também deveriam ficar de fora do jogo, o que foi negado pela Conmebol. “Só fomos autorizados a entrar às 19h20, mostrando total falta de organização. Temos que pensar seriamente nisso, pois a Copa está aí e não podemos passar vergonha”, critica.
O locutor, no entanto, diz que a falta de torcedores foi positiva em um ponto: a facilidade em escutar o que era dito pelas comissões técnicas e pelos jogadores dentro de campo. “Jamais imaginei transmitir em uma situação como essa, principalmente em um jogo do Corinthians, onde geralmente temos casa cheia”, fala ao saber que, segundo divulgado pela direção do estádio do Pacaembu, 172 jornalistas trabalharam na partida dessa quarta. “Seria um absurdo não ter a imprensa”, salienta.
Filho de Nilson Cesar (narrador da Jovem Pan), Fausto, de 24 anos, está na Rádio Capital de São Paulo (AM 1040) há seis anos e, desde o início da temporada 2013 do futebol brasileiro, assumiu a função de locutor principal da emissora. Com o tempo de experiência na cobertura esportiva, avalia que a punição imposta ao Corinthians pela morte de um garoto boliviano na semana passada, que foi atingido no rosto por um sinalizador durante confronto do San José (BOL) contra o Timão, foi justa. “É importante deixar claro que nada vai suprir a morte do garoto”.
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