As incertezas sobre o futuro do rádio com a chegada da internet estão superadas. Pelo menos na visão de empresas do setor que têm apostado firmemente na convergência de mídias. A experiência tem sido positiva para algumas emissoras que consolidam seu trabalho na rede mundial e também em plataformas móveis. O aumento de audiência, o fortalecimento da marca e as novas oportunidades de negócios são alguns dos bons resultados relatados por empresários do setor.
A convergência de mídias favoreceu o aumento do número de acessos à página eletrônica da rádio Transamérica, por exemplo, que cresceu 64% desde que foi lançada, em dezembro do ano passado. No site, o ouvinte acessa programação, promoções, notícias, vídeos, uma loja virtual e também pode fazer downloads de músicas.
“Estudamos a melhor forma de cobrir um evento, divulgar um fato ou alguma novidade, e de forma muito integrada nas diferentes plataformas. O resultado é bem interessante”, afirma Lígia Cervone, gerente de marketing da rádio. A divulgação e realização de eventos em estúdios ou fora deles também são mais valorizados com novas ferramentas de comunicação digital.
“O retorno é muito grande. Transmitimos um show de estúdio ao vivo com um artista pela internet e pela programação convencional da rádio, além da divulgação nas redes sociais. Foi sucesso imediato”, afirma a executiva.
Com a popularização de dispositivos móveis, algumas rádios não se preocupam mais só em manter sua programação em sites. Agora, elas também investem na criação de aplicativos para tablets e smartphones. Os softwares de celulares proporcionam mais uma forma de acessar a programação predileta do ouvinte.
São úteis quando o espectador, por diferentes motivos, não consegue sintonizar o dial, seja por não possuir um receptor em seu aparelho, por estar distante do alcance das ondas eletromagnéticas, ou mesmo por eventuais problemas técnicos. Além de ouvir a programação ao vivo, ler mensagens instantâneas e participar de promoções por meio desses softwares, é possível acessar o conteúdo em outro momento.
“Baixando um aplicativo, o ouvinte não tem o trabalho de abrir um browser e digitar um endereço de site. O aplicativo dá a ele acesso direto a programação”, afirma Paulo Gilvane, diretor-geral da Agência Radioweb. Ele afirma que acompanhou desde o início os debates sobre rádio versus internet. “No início os radiodifusores se assustaram um pouco. Mas com o tempo perceberam que a internet é importante e uma aliada”, afirma. A empresa a qual dirige completou 11 anos no último mês e usa a internet exclusivamente como plataforma de distribuição de conteúdo. São postadas 50 matérias por dia, que geram uma média de 7 mil downloads diários.
Criatividade - Na opinião de Cyro Martins, gerente de jornalismo da Rádio Gaúcha, a tarefa daqui para frente será a de usar a criatividade para vender publicidade com novos modelos de negócios. “Não podemos simplesmente transpor para a web o produto feito para o dial. Os modelos online devem ser revistos”, diz.
A emissora conseguiu elevar a audiência e garantir verbas com uma nova experiência de anúncio. Em vez de veicular um spot convencional sobre um famoso site de notícias da região, o locutor estimulou os ouvintes a acessarem a página para encontrar determinada informação sobre um patrocinador.
“Por causa da força que a rádio tem na região, os ouvintes acabaram aumentando o acesso do site e ainda visualizaram a marca do patrocinador. A emissora foi remunerada e o site e a marca tiveram mais visibilidade”, afirma Martins. Outra experiência que ele conta é que, em três meses, o número de seguidores do perfil da rádio no Twitter aumentou em 50% após chamadas durantes as programações.
“A marca está na rádio e está na internet também, oferecendo um produto com um valor diferenciado”, opina outro executivo do setor, sobre a importância de as rádios estarem na internet. Segundo Marcelo Cohen, gerente comercial da Jovem Pan Online, a emissora está “totalmente” equipada com as novas plataformas, não só com aplicativos e conteúdos especiais para smartphones, mas também com TV própria na internet.
As novas mídias também têm somado audiência na divulgação de grandes marcas de responsabilidade da emissora. “O rádio é essencial, ele nunca vai morrer. Ele consegue passar uma mensagem mais rápida que a própria internet. E a internet está aí para expandir ainda mais o conteúdo da emissora”, afirma.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Abert
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