Matéria da Gazeta Esportiva escrita por José Isaías em
novembro de 1996 destaca o trabalho de Paulo Edson
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Dono de uma voz inconfundível e marcante que lhe rendeu até o título de "A Voz do Rádio", Paulo Edson marcou uma geração de ouvintes que acompanhavam com ansiedade os resultados dos outros jogos via plantão esportivo, em uma época onde não existia tv a cabo e muito menos as velozes mídias sociais. O rádio era o grande companheiro de quem gostava de futebol, e por muito tempo foi o grande veículo de informação no jornalismo e nos esportes.
Já com uma voz forte e uma dicção perfeita, o garoto começou a dar seus primeiros passos no rádio com apenas 16 anos (faltava um dia para completar 17 anos, em 18/6/1960), o prefixo era a Rádio Clube de Rio Claro, antiga PRF. De lá rodou pela escola do interior, mas ficou conhecido mesmo na Capital, onde trabalhou por décadas no rádio e também na tv.
A pedido dos leitores, fomos atrás de Paulo Edson que vive tranquilamente em São Pedro (interior paulista). Um dos grandes plantões esportivos da história do rádio ficou feliz pela lembrança e matou saudades da época de ouro do rádio esportivo onde sua voz ecoava pela cidade.
Paulo, faça por gentileza de contar um pouco da sua carreira, principalmente para os jovens conhecerem não conhecem sua trajetória no rádio esportivo de São Paulo. Por onde passou e com quais profissionais trabalhou ao longo de sua carreira?
Comecei na Rádio Clube de Rio Claro em 1960 até agosto de 1961 quando me transferi para a Rádio Vera Cruz de Marília (Rádio Verinha, por onde passaram Osmar Santos e Dirceu Maravilha), pertencente à Rede Alpes de Emissoras. Em março de 1963 fui gerenciar a Rádio Luz de Araçatuba, da mesma rede de emissoras, onde permaneci até o mês de novembro. Em abril de 1964 voltei a trabalhar na Rádio Vera Cruz de Marília até novembro daquele ano, quando me transferi para São Paulo, tendo a primeira oportunidade de trabalhar numa emissora de nome na época: Rádio Difusora São Paulo, ao lado de nomes famosos como Carlos Spera e José Carlos “Tico-Tico” de Moraes. Em 1965, em pleno regime militar, tive a primeira experiência na TV, apresentando as edições diurnas do jornalístico “Ultra Notícias”. Três anos depois, em 1968, transferi-me para a Rádio Tupi e daí para a Equipe 1040 foi um pulo. Fui colega de trabalho de profissionais como Haroldo Fernandes (o homem da camisa 10), Alfredo Orlando, Wilson de Freitas, Milton Camargo, José Góes, Manoel Ramos, José Roberto Ramos, Ávila Machado, Lucas Neto, Juarez Soares e Vitor Moran. Permaneci na Tupi até 1973 quando fui contratado pela Rádio Bandeirantes. No “Scratch do Rádio” foi que a minha carreira deu um salto em termos de projeção, com minha voz e a Rádio Bandeirantes se confundindo. Fiquei na Bandeirantes, mesclando trabalho no rádio e na televisão, até dezembro de 1984. Foram meus companheiros de microfone: Fiori Giglioti, Flávio Araújo, Ennio Rodrigues, Borghi Junior, Alexandre Santos, João Zanforlin, Mauro Pinheiro, Loureiro Junior, Luiz Augusto Maltoni, Roberto Silva (Ikho Vivo), Chico de Assis, Jota Háwilla, Sérgio Cunha, além de Darcy Reis, o diretor de esportes. Em janeiro de 1985 fui trabalhar na Rádio e TV Record, primeiro com Oswaldo Maciel, Reinaldo Costa, Paulo Soares, Cledi Oliveira, Márcio Calves, Roberto Monteiro, Altair Baffa (Baffinha), Sérgio Cunha, Loureiro Junior; depois com Osmar Santos, Odinei Edson, Oscar Ulisses, Osvaldo Luís, Osvaldo Paschoal, Rogério Aquiles e Pedro Luiz, já em fim de carreira (era comentarista da Rádio Gazeta, que fazia parte da Rede Record). Na Record permaneci até dezembro de 1990. Trabalhei um tempo na Rádio Nova Sumaré e, em outubro de 1991 voltei para a Bandeirantes apenas no rádio. Meu ciclo na emissora do Morumbi terminou em março de 1998. Trabalhei ainda na Nova FM, com Jorge Kajuru, Juarez Soares, Cledi Oliveira, Paulo Soares e Roberto Monteiro. Em 2001, com minha filha mais nova formada em jornalismo, deixei a capital para vir morar em São Pedro, cidade onde nasci. Por aqui, fiz alguns trabalhos para a Rádio Brasil de Santa Bárbara D’Oeste, Rádio Mix de Limeira, e Rádio Atual de São Paulo.
Como você começou a carreira de plantão esportivo?
Foi a oportunidade que me foi dada por Milton Camargo, chefe de esportes da Rádio Tupi. Deixei de ser apenas locutor comercial e apresentador de rádio-jornais para me enveredar também, pelo rádio esportivo.
Foi a oportunidade que me foi dada por Milton Camargo, chefe de esportes da Rádio Tupi. Deixei de ser apenas locutor comercial e apresentador de rádio-jornais para me enveredar também, pelo rádio esportivo.
Em quem se espelhou na profissão? E quais foram os melhores em sua época?
Meu grande professor foi Manoel Ramos com quem trabalhei na Rádio Tupi, mas outros dois nomes se destacaram como plantonistas: Alexandre Santos (Bandeirantes) e Narciso Vernizzi (Panamericana, hoje Jovem Pan).
Qual a sua maior emoção no rádio?
Foi quando pisei pela primeira vez no pátio da Rádio Bandeirantes. Nunca poderia imaginar que o menino que nasceu no Bairro dos Gomes, Alto da Serra, em São Pedro, um dia estaria trabalhando na maior e mais conceituada equipe de esportes do rádio brasileiro.
Você sente falta do rádio aqui de São Paulo?
Na verdade sinto falta dos amigos que fiz no rádio de São Paulo. Claro que não dá pra esquecer o auge de minha carreira no “Scrath do Rádio” da Bandeirantes.
A função de plantonista esportivo está acabando?
Faz tempo que o Plantão Esportivo como era feito na minha época não existe mais. Hoje é uma mescla de plantonista e apresentador. Na verdade, não se faz bem nem uma coisa nem outra.
Como você vê o rádio esportivo de hoje, geral e o de São Paulo?
Do rádio de outras praças pouco sei. Quanto ao rádio esportivo de São Paulo nunca mais vai voltar a ser como o do meu tempo.
Paulo Edson é Secretário em São Pedro |
Parabéns Cheni. Esse tipo de iniciativa é uma maneira de homenagear a classe de jornalista esportivo, que infelizmente nem sempre é valorizada. Confesso que hoje ouço bem pouco o rádio esportivo de São Paulo, mas o Tony José, da Capital, e o Vander Luis, da Jovem Pan, são ótimos profissionais.
Paulo Edson, está com 69 anos, atualmente é Secretário da Melhor Idade da Prefeitura de São Pedro e acompanha muito superficialmente o rádio esportivo.
Foto: Terceiro Tempo e Prefeitura de São Pedro
Foto: Terceiro Tempo e Prefeitura de São Pedro
Grande Paulo Edson,é bom saber que voce está muito bem.
ResponderExcluirObrigado pela lembrança,vindo de voce,aumenta a nossa responsabilidade.
Muito Obrigado
Um Abraço
Tony José
Capital AM-1040
++++--------Muito bom revê-lo e saber que esta bem. Parabéns e sucesso no trabalho da cidade. um abraço do Re.
ResponderExcluirPaulo Edson, que saudade... Adorava ouví-lo dando os resultados das partidas de futebol pelo Brasil afora. Bom saber que está vivo e bem. Abraço
ResponderExcluirPaulo Edson, que bom saber que está vivo e bem.
ResponderExcluirGostava de ouví-lo no final do futebol, aos domingos,
dando os resultados das partidas do Brasil afora.
Abraço
Legal,a minha mãe trabalhou com ele na Rádio Verinha...
ResponderExcluirMe chamo Pualo Edson, e este nome me foi dado porque na epoca meus pais eram seus fãs.
ResponderExcluirBoa tarde Paulo Edison,tenho 65 anos,fui morar em São Paulo em 1974 ,passei Boa parte de minha vida ouvido a Bandeirantes, ficava esperando você dar as notícias do futebol, principalmente as notícias do meu cruzeiro.
ResponderExcluirPaulo, o escrete do rádio era especial para mim.
Hoje moro em minas novamente, não acostumo com os narradores daqui.
Que saudade.
Abraços
João Batista